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verbal, nada mais havia exceto uma objetiva��o desta experi�ncia
fundamental.
Mas, n�o podemos assentar os fen�menos aut�nticos e
essenciais da consci�ncia ling��stica e m�tica em uma base emp�rica
e pragm�tica t�o limitada, em tais particularidades da experi�ncia
individual ou social. Pois se imp�e cada vez mais a pergunta sobre
se as rela��es de conte�do que se apresentam nas constru��es da
linguagem e nas do mito n�o se explicariam, tamb�m aqui, a
partir da forma da constru��o, a partir das condi��es subjacentes
tanto � express�o verbal quanto � conforma��o m�tica, desde seus
primórdios mais remotos e inconscientes. Encontramos estas
condi��es em um tipo de concep��o mental que � contr�ria ao
pensar teórico e "discursivo". Pois, se este tende � expans�o, �
concatena��o e � conex�o sistem�tica, as apreens�es ling��stica e
m�tica, ao contr�rio, tendem � condensa��o, � concentra��o e � ca-
racteriza��o isolada.
No pensamento discursivo, a percep��o individual � referida �
totalidade do ser e do acontecer, ligando-
49. Cf. Wissowa, Religion und Kultus der Romer, vol. 2,
p. 37.
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se a esta totalidade por fios cada vez mais finos e mais resistentes.
Aqui, por�m, as coisas n�o s�o tomadas pelo que significam
mediatamente, mas por sua apar�ncia imediata, sendo apreendidas e
corporifica-das como pura atualidade. � f�cil ver que esta esp�cie de
corporifica��o deve gerar uma posi��o b�sica, em face da palavra, de
seu teor e sua for�a, inteiramente diversa da adotada em rela��o ao
pensamento discursivo. Para este, a palavra � essencialmente um
ve�culo a servi�o da tarefa principal a que esta forma de pensamento
se prop�e, ou seja o estabelecimento de uma rela��o entre o conte�do
intuitivo, singular e momentaneamente presente, e outros que lhe
"correspondem" de um modo direto, ou de alguma outra maneira, ou
que se conectam com ele segundo uma lei determinada de
coordena��o. O sentido do pensamento discursivo desabrocha na
confec��o e express�o de semelhantes rela��es. Assim concebido,
surge como algo essencialmente ideal, como um "signo" ou s�mbolo,
cujo conte�do n�o � discern�vel verdadeiramente em um estar-a�
(Dasein) substancial próprio, mas, antes, nas rela��es de pensamento
que institui. Pois, a palavra, como se fosse uma estrutura de outra
ordem, de uma nova dimens�o intelectual, interp�e-se, por assim
dizer, entre os diferentes conte�dos perceptivos, tais como se imp�em
� consci�ncia no seu imediato aqui e agora; e, precisamente esta
interposi��o, este sobressair-se da esfera da exist�ncia imediata, � que
lhe confere a liberdade e agilidade que lhe permite mover-se entre um
conte�do e outro e conect�-los entre si.
Mas esta livre idealidade da palavra, na qual reside o cerne da
fun��o lógica, � for�osamente estranha � vis�o m�tica do mundo, pois,
para ela, só tem sentido e ser aquilo que se lhe apresenta em sua rea-
lidade tang�vel imediata. Aqui, de nada vale o simples "referir" ou
"significar", mas todo conte�do, para o qual tende e se projeta a
consci�ncia, � transformado imediatamente em forma da exist�ncia e
na do atuar. A consci�ncia n�o se coloca, aqui, em atitude de livre
reflex�o diante do conte�do, a fim de elucid�-lo em sua estrutura e
conex�es regul�res, a fim de analis�--lo em suas diversas partes e
condi��es, mas pelo con-
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tr�rio, � aprisionada pela inteireza imediata deste. N�o desdobra o
conte�do particular; n�o avan�a nem retrocede a partir dele, para
consider�-lo &ob o �ngulo de suas "causas" ou de seus "efeitos", mas
descansa na simples exist�ncia deste conte�do.
Quando Kant definiu o conceito de "realidade" mediante a
considera��o de que � preciso designar como "real" todo conte�do da
percep��o emp�rica, na medida em que seja determinado por leis
gerais e, destarte, ordenado na uniformidade do "contexto da ex-
peri�ncia", demarcou com isso exaustivamente o conceito de realidade
do pensamento discursivo. Nem o pensamento m�tico, nem a
concep��o verbal primitiva, por�m, conhecem de in�cio semelhante
"contexto da experi�ncia", pois sua fun��o, como j� vimos, consiste,
antes, na libera��o, na diferencia��o e individuali-za��o quase � for�a.
Só depois de conseguida esta individualiza��o e quando a intui��o foi
concentrada em um só ponto e em certa medida reduzida a este,
� que surge da� a forma��o m�tica e ling��stica, brota a palavra ou o
m�tico "deus moment�neo".
Esta forma da g�nese determina, ao mesmo tempo, o conte�do
que � comum a ambos. Pois, l� onde o processo da capta��o
intelectual est� voltado, n�o tanto para a expans�o, amplia��o,
extens�o do conte�do, mas sim para a sua m�xima intensifica��o, isto
tem de expressar-se, tamb�m, na sua retroa��o sobre a consci�ncia.
Doravante, todo outro estar-a� e acontecer encontra-se como que
afundado para a consci�ncia; todas as pontes que unem o conte�do
intuitivo concreto com a totalidade da experi�ncia enquanto sistema
articulado, parecem destru�das; só este conte�do mesmo, só aquilo que
nele � suscitado e destacado pela apreens�o m�tica e ling��stica,
preenche toda a consci�ncia. Por isso, � obrigado a subjugar o referido
todo com uma viol�ncia irrestrita. Nada h� perto ou fora dele com o
qual possa ser comparado, pelo qual possa ser "medido", sendo sua
presen�a, sua simples atualidade, a soma inteira do ser. Por
conseguinte, aqui a palavra n�o exprime o conte�do da percep��o
como mero s�mbolo convencional, estando misturado a ele em
unidade indissol�vel. O conte�do da percep��o n�o imerge de algum
modo na palavra, mas sim dela emerge. Aquilo
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que alguma vez se fixou numa palavra ou nome, da� por diante nunca
mais aparecer� apenas como uma realidade, mas como a realidade.
Desaparece a tens�o entre o mero "signo" e o "designado"; em lugar
de uma "express�o" mais ou menos adequada, apresenta--se uma
rela��o de identidade, de completa coincid�ncia entre a "imagem" e a
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